©Jack Vettriano
Naquela noite abraçaram-se e choraram. Uma intemporal história de amor, momentos únicos na vida de alguns. Ela que o amou como a ninguém, ele que a amava mas estava amarrado a outra vida. Nesse noite ela disse basta, ia fugir, ele pediu tempo sabendo que não o tinha. Entre juras de amor, choraram lágrimas profundas. Era o fim. Noite que jamais se repetiria e que jamais seria contada a alguém. Essa noite abriu uma cicatriz que não se ia fechar. Iria largar sangue de tempos a tempos, cada vez menos, mas sem nunca fechar. É o momento duro dos amores que não são, ou não podem(?), ser concretizados.
Deste dramático momento nascem muitas histórias. O que foi feito dela e dele? Como lidam com aquela cicatriz sangrante? Que história conduziu àquele momento? Enfim, um mundo de possibilidades.
Certo é que aquele momento marcará sempre as vidas deles, o modo como irão viver o resto das suas vidas.
Demos largas à imaginação.
Gosto tanto de conhecer histórias, e elaborar planos a partir daí. Os porquês e os como da vida das pessoas fascinam-me. Não no sentido mórbido de voyeurismo.
As esplanadas tardias deste Outono que não chega, onde me deleito na observação de quem passa, é terreno fértil para minha sequiosa imaginação.
Mas faz-me falta o Outono, muita.