Eleven A.M.
1926
Edward Hopper
...forrou o coração de cinzento, e com lages de granito o trancou. as lágrimas ecoavam na seda, outrora nossa, rivalizando com cadência desordenada da chuva grossa. o estremecer da trovoada lá fora confundia-se na ensurdecedora dor do sangue nas veias, que pouco corria.
da dor que ainda circula, e não se consegue traduzir, quando o raio de sol me reflecte a luz do teu rosto.
da dor que a medicina não cura, que eu não pedi, que vai e vem dona de si mesmo, como tu outrora.
da dor que... aqui semeaste e sempre germina.
tirado dos caderninhos longínquos, outras vidas portanto.
Essa dor que mesmo quando já passou nos salta à memória e parece doer outra vez. Qualquer coisa que nunca passa completamente, só se enterra no passado.
ResponderEliminar~CC~
Há caderninhos e vidas inteiras cheias disto mesmo.
ResponderEliminarBom dia CC :)
As coisas de outras vidas que ainda são, às vezes, esta vida...
ResponderEliminarBoa noite, Miguel :)
E quem disse que a vida, viver, era ausência de dor? Se olharmos à volta, com olhos de ver, dor é sinónimo de vida. Até o acto de nascer é dor.
ResponderEliminarBoa tarde Miguel
Olá NN ele há dores que sabem bem, e das quais temos saudades quando não as temos :)
EliminarAcho que todos nós vamos coleccionando dores ao longo da vida... e quantas mais vidas, maior é a colecção.
ResponderEliminarDa tela que escolheste, confesso que não conhecia Edward Hopper e fiquei curiosa em conhecer a sua obra por causa de uma suspeita: é que a protagonista deste retrato está nua mas tem os sapatos calçados. Será que ele não gostava de desenhar pés nús?
Beijinhos curiosos
(^^)
It's a pleasure that I ran into your blog.
ResponderEliminarAs dores amenizam.
ResponderEliminarUm dia, as feridas cicatrizam e estamos prontos para amar outra vez.
Beijos, Miguel!
sabes o que ia dizer?
ResponderEliminarque a dor é estar vivo, por vezes vem uma dor e damos conta que estivemos a dormir durante meses ou anos
E depois li o teu comentário
"Ele há dores que sabem bem, e das quais temos saudades quando não as temos"
É um pouco isso