© JR
Holy Triptych
Hoje
Há qualquer coisa de estranho nas pessoas que se auto convencem que são, ou estão, felizes.
A felicidade além de efémera, é algo ao alcance de poucos.
Não digo que é impossível.
O melhor exemplo é a necessidade de se mostrar publicamente que se está feliz através das redes sociais, publicando fotos do amor da vida e dos lugares onde se está (ou esteve). Procurar assim a aceitação social, medido pelo número de gostos dos outros convivas sociais. Por vezes, estes gestos ganham contornos sinistros, e de algum voyeurismo.
É estranha esta necessidade de se afirmar mais normal socialmente que os demais.
Este querer parecer ser, é ridiculo.
É, mas não seremos todos?
Sim, somos todos ridículos. Embora poucos tenhamos real consciência disso (contra mim falo). Diria que a necessidade de confirmação exterior “prova“ que não é “real”. Falo por experiência própria, quando estamos/somos felizes não precisamos que os outros nos digam ou concordem, por e simplesmente sentimo-lo e é suficiente!
ResponderEliminarAbraço
e o sentir devia ser suficiente.
EliminarMiguel, boa parte deste comportamento deve-se ao facto de as manifestações de alegria e de bem-estar serem melhor aceites socialmente.
ResponderEliminarNão nos "pedem" resguardo quanto à tristeza e outras fragilidades?
As manifestações de tristeza, quando aparecem, ainda são alvo de maior voyeurismo!
EliminarÉ triste a exposição, e é triste como reagimos á exposição dos outros.
Repara que também há certas atitudes consideradas pelos outros como exibição da felicidade e da alegria (ou tristeza) e para o próprio apenas representam uma vontade, um sentir-se bem em colocar aquela foto ou texto, sem que haja outros objectivos. Assim como nós nos sentimos bem em andar por aqui a mostrar o que nos apetece.
EliminarPortanto, o que eu entendo é que, também neste departamento, cada um deve fazer o que tem vontade desde que não prejudique os outros.
Se há quem se incomode de ver uma foto que tirei no teatro e a interprete como uma exibição dos meus gostos culturais ou que meta na cabeça que estou a despertar invejas, paciência porque o que tem a fazer é lidar com isso.
Há outra questão e que tem que ver com o teu final: todos fazemos coisas pelo olhar dos outros e fazemo-las de determinada maneira por isso mesmo.
Sim eu não digo o contrário, nós por aqui também vamos colocando o que bem nos apetece. Mas em outras redes fazendo de forma mais irracional, com julgamentos de outros igualmente irracionais. Escrevi algures que reconheço utilidade, acho é o uso, na maioria dos casos, está incorrecto.
EliminarSó admito fazer coisas pelos olhos de outro no amor, de resto, se o faço estou ser mau comigo próprio.
Fazes também pelos olhos dos outros... Quando te veste para o emprego de certa forma é por causa de quê? Apenas um exemplo.
EliminarOh isso não é justo... o fato e gravata são imperativos de quem me paga.
EliminarMas estou falar no geral, haverá sempre coisas que fazemos e dizemos pelos olhos dos outros :)
Um recente amigo tem uma tirada brilhante sobre isso. Dizia ele, que está é uma das formas mais subliminares de expressão da crueldade humana. E explica: vivemos numa era em que as pessoas nem em férias se desligam da "rede" e prova disso são as atitudes desta última década em praias, com gente em selfies constantes, em caminhadas junto à água a esbarrarem em pessoas enquanto olham para o telemóvel e não vivem o momento... isto para não falar em festivais de música que de música nada representam, além de meras feiras populares. Porque não se desligam as pessoas? A teoria do meu amigo assenta no facto de se ter medo de perder algo. Ou seja, quando publicam imagens de férias, sem o admitirem estão a dizer algo do género ao "círculo de amigos": estão a ver o que estão a perder?!
ResponderEliminarE isto sim, é uma das maiores manifestações de crueldade dos dias que passam. Pois são perpetradas em piloto-automático.
percebo a utilidade das redes sociais, acho mal o propósito que lhes é dado.
Eliminarandamos a pensar que estamos todos ligados, mas na realidade estamos desligados do mundo real, o mundo está a passar e nós não vemos :)
alheados sociais :)